O julgamento é a pior coisa para um artista. No fundo um artista não precisa de elogios e de críticas. Mas o que seria de um artista sem a plateia? Nada. Esperamos aplausos! Esse momento de retribuição do público para o artista. Essa troca de energia que enobrece as grandes almas e acalenta os espíritos livres.
Sobre o papel das amizades.
Penso que os amigos são aqueles que estão comigo “no matter what“. Mas até que ponto isso me complica? Quais são os limites e as implicações desse dilema? Até que ponto isso pode ser justificado?
A moralidade. Aquilo que é certo. Os valores do nosso tempo. Os valores católico-cristão. Enfim. O caminho da verdade.
A maior parte das pessoas querem viver a vida sem embaraço. A vergonha. O desequilíbrio. Ofensas e impulsos violentos são imediatamente censurados. Em nome do bom convívio e de uma vida de mentira.
A realidade. O medo. O desgosto. Nada disso pode ser visto aos olhos da maioria. Não há espaço para a liberdade de expressão. A maioria é conservadora. Não se permitem transbordar. Perder o controle. Tudo está em perigo o tempo todo. Mas poucos querem ver isso. A maioria está contida. Dentro de um casco rabujento.
Como escolho os meus amigos? Os meus amigos são os meus aliados. Aqueles que estão prontos para me defender. Que me defendem na ausência. Que suportam as minhas características e vontades. Afinal, é muito mais difícil dizer sim.
Os complexos e as entrelinhas.
Como configurar essas questões com personalidades e valores distintos?
Projeções. Idiossincrasias. Ninguém é igual a ninguém. O certo para um pode ser errado para outro. O consenso sobre o que importa?
Ensinamentos e doutrinas não necessariamente são o caminho da verdade. Cada um deve ser o seu próprio castelo. O guardião dos seus próprios valores e segredos. Não há espaço para o apaziguamento.
A guerra. As diferenças. O embate. O enfrentamento. Tudo deve ser questionado.
A construção de um olhar amplo sobre o mundo.
A formação de grupos como estratégias de sobrevivência. A luta contra indivíduos auto-suficientes.
O indivíduo que queira se tornar senhor de si deve estar pronto para abandonar a imagem que construiu de si mesmo.
Se sentir estrangeiro em sua terra natal. Como um viajante em direção ao seu destino.
O mundo interior como cúspide dos acontecimentos. A formação do homem grego. O indivíduo livre. O gênio da espécie.
Nada é mais arrebatador para o gênio do que o apaziguamento. Um calmante. A falta de enfrentamento. O gigante adormecido. Napoleão em Santa Helena.
Nietzsche e Joseph Beuys como vanguarda. Freud como dormente.
A preservação de si mesmo. O afastamento do rebanho. A vitória da individualidade sobre o coletivo.
O curso como prova. O legado como instrumento de manobra. A mudança como princípio do fim.