Freud foi enorme. Desvendou a psique humana como ninguém. Criou um vocabulário próprio.
Nietzsche já tinha intuído Freud. O Nascimento da Tragédia é a premonição rudimentar de Freud.
Ambos pensadores recorreram a mitologia grega. Apolo, Dionísio, Édipo.
Os gregos inventaram tudo. O teatro, a filosofia, a democracia.
Tudo o que pode ser inventado se descobre nos clássicos.
Não há nada de novo no progresso.
Heidegger fundamentou um sentido para existência. Reelaborou um significado ontológico. Expandiu fronteiras. Criou linguagem.
Linguagens são as formas que criamos para compreendermos o mundo.
Não há mundo sem linguagem.
Expandir o vocabulário é uma necessidade dos mergulhadores da vida.
Oceano das vontades. Possibilidades da existência.
Heráclito percebeu antes de nós a força do movimento.
Percebo que determinados padrões e características se repetem em minha personalidade. Percebo que estou preso dentro de mim.
Percebo que estou preso dentro de mim. Não há escapatória para os exercícios dos meus desejos. Posso me esquivar por um tempo. Mas tudo está escrito. Não porque alguém disse. Mas porque tudo está condenado no meu ser. Nada de novo pode ser descoberto. Tudo que vivo se repete eternamente no ciclo natural de minha vida. Não adianta me debater e me iludir. Tenho que aceitar os fatos. Estou preso dentro de mim. O mundo externo é uma corrente que me prende o calcanhar. Posso me deslocar numa certa amplitude. Mas nada me fará diferente daquilo que sou. Posso conhecer novas pessoas e lugares. Mas nada me fará outra pessoa. Posso me disfarçar e me furtar. Mas nada me fará mudar. Não porque seja teimoso e descrente. Mas porque tudo já foi escrito em mim.
Dostoiévski não fez nenhum favor a humanidade. Ele manifestou de forma genuína o que queria dizer.
É hora de me confrontar com os meus heróis. Descubro que posso ser do tamanho deles. Não porque tenho um caráter excepcional. Mas porque tenho coragem de enfrentar os meus traços.
Não posso — mesmo se quisesse — deixar de ser quem sou. Preciso me aceitar exatamente como sou. Cada traço, cada ferida, cada marca de minha personalidade. Posso ser considerado gentil e violento. Não posso me trair. Não posso me submeter aos pavores alheiros. Não posso me entristecer pela vergonha alheia. Não posso me adormecer pelos medos de outros.
Tenho os meus próprios medos. Eles sempre estiveram comigo.
Está na hora de me aceitar como sou. Chega de julgamentos e de opiniões externas. Sou o que sou. Assim irei até o final dos meus dias. Pois, mesmo se quisesse ser um outro estaria mentindo.
Esse é o meu grito de independência. Aceito cada centímetro do meu corpo.
Chega de se redimir pelos meus atos. Está na hora de falar pro mundo que sou esse indivíduo, com essas qualidades e com esses defeitos.
Fica quem quiser. Cada um é livre para escolher o que quer. Escolho ser eu mesmo. Me responsabilizo por ser eu mesmo.
Não preciso implorar nada pra ninguém. Estou com 37 anos de idade. Aliás, que idade. Sinto-me forte o suficiente para ser quem sou.
Dedico esse momento aos meus amigos e familiares,
O resto é conversa!