A solidão me proporciona um prazer silencioso

A solidão me proporciona um prazer silencioso
jan 12, 2022 Rafael Kamada

I.

A solidão me proporciona um prazer silencioso

Estar em minha própria companhia é o melhor presente que posso me oferecer

Sobretudo depois de ter enfrentado rebanhos

A maior parte das pessoas são conformistas

Não estão preparadas para lidar com artistas

II.

Os artistas são seres diferentes

Estão grávidos de um novo mundo

Não estou preocupados com as tradições

Quebram os ritos e seguem sozinhos

III.

Me identifico com Heráclito de Éfeso, Friedrich Nietzsche, Fiódor Dostoiévski, Albert Camus, Martin Heidegger, Hermann Hesse, Ernest Hemingway

IV.

Reuno aqui um seleção de trechos que influenciam de forma radical a minha forma de ver o homem e o mundo —

— Darwin, 1859

Pode-se dizer que a seleção natural realiza seu escrutínio dia a dia, hora a hora, pelo mundo, de qualquer variação, mesmo as mais sutis; rejeitando aquelas que são ruins e preservando e fazendo prosperar todas as que são boas; trabalhando silenciosa e imperceptivelmente, onde e quando surgir a oportunidade na melhora de cada ser orgânico em relação a suas condições orgânicas e inorgânicas de vida. Não vemos nada desse lento progresso, até que os ponteiros do relógio das eras tenham marcado um longo lapso de tempo e assim tão imperfeita é a nossa visão sobre o profundo passo das eras geológicas que tudo o que podemos ver é que as formas de vida são agora diferentes daquelas que existiam antes.

– Nietzsche, Fragmento Póstumo

E sabeis… o que é pra mim o mundo?… Este mundo: uma monstruosidade de força, sem princípio, sem fim, uma firme, brônzea grandeza de força… uma economia sem despesas e perdas, mas também sem acréscimos, ou rendimento,… mas antes como força ao mesmo tempo um e múltiplo,… eternamente mudando, eternamente recorrentes… partindo do mais simples ao mais múltiplo, do quieto, mais rígido, mais frio, ao mais ardente, mais selvagem, mais contraditório consigo mesmo, e depois outra vez… esse meu mundo dionisíaco do eternamente-criar-a-si-próprio, do eternamente-destruir-a-si-próprio, sem alvo, sem vontade… Esse mundo é a vontade de potência — e nada além disso! E também vós próprios sois essa vontade de potência — e nada além disso!”

— Bataille, 1987

Em nossa origem, há passagens do contínuo ao descontínuo ou do descontínuo ao contínuo. Somos seres descontínuos, indivíduos que morrem isoladamente numa aventura ininteligível, mas temos a nostalgia da continuidade perdida (…) Ao mesmo tempo que temos o desejo angustiado da duração desse perecimento, temos a obsessão de uma continuidade primeira que nos une geralmente ao ser.

— Freud, 1930

O maior desafio das lutas da humanidade centraliza-se em torno da tarefa de encontrar uma acomodação conveniente entre as reivindicações culturais do grupo e as do sujeito, e um dos problemas que incide sobre o destino da humanidade é o de saber se tal acomodação pode ser alcançada por meio de alguma forma específica de civilização [justiça] ou se tal conflito é irreconciliável.